Jornalistas cobriam protesto contra resultado da eleição presidencial quando foram atacados e impedidos de trabalhar; veículos e entidades repudiam
Uma equipe de reportagem da TV Candidés foi hostilizada durante a cobertura de uma manifestação que bloqueou nesta terça-feira (1º) parte da MG-050 em Divinópolis. O repórter Victor de Castro e o cinegrafista Wesley Mourão foram impedidos de trabalhar por dois homens que protestavam contra o resultado para a Presidência da República decidido nas urnas no domingo último (30).
As imagens abaixo, feitas pelo cinegrafista com o uso de um celular, mostram os homens expulsando os jornalistas do local. Além de hostilizarem, inclusive com uso de palavrões, em determinado momento um dos manifestantes empurra o repórter.
Assista à íntegra do registro
As imagens mostram que ao longo da perseguição aos profissionais da imprensa os manifestantes gritam ofensas e palavras de ordem como "Cambada de vagabundo", "Pode vazar", "Vai pra Cuba", "Vai pra Venezuela" e "Vai vazar caladinho, aqui vocês são só dois".
Momentos da perseguição em fotos
Sob insultos e seguidos de perto pelos manifestantes, os jornalistas caminharam até onde estava o veículo da equipe e foram embora sem poderem cumprir a pauta jornalística do dia, que era a cobertura do protesto. O cinegrafista Wesley Morão registrou um boletim de ocorrência policial.
Repúdios ao ataque à liberdade de imprensa
Tão logo os jornalistas informaram sobre o ataque que sofreram, vários órgãos e entidades ligados à comunicação se solidarizaram com a equipe de reportagem atacada e se posicionaram contra a conduta dos dois manifestantes contra os profissionais da imprensa e o livre exercício do jornalismo.
Uma das notas divulgadas no mesmo dia é da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), que afirma; "A Abert condena toda manifestação que não seja pacífica e todo e qualquer ato de violência que tenha como objetivo impedir a cobertura jornalística de fatos de interesse público é uma violação à liberdade de imprensa e ao direito de informar do cidadão, garantias previstas na Constituição Brasileira". (Leia abaixo a íntegra da nota)
A própria TV Candidés, emissora que integra o Sistema MPA de Comunicação, publicou uma nota de repúdio contra o ataque aos colaboradores. A emissora afirma que houve imposição de fim à liberdade de expressão e ressaltou que isso é crime contra a democracia. "Se os olhos da imprensa foram vendados, quem fica cego é você", destaca. (Leia abaixo a íntegra da nota)
A MAIS! se solidariza com os jornalistas Victor de Castro e Wesley Mourão e a TV Candidés. Também repudia veementemente qualquer tipo de ataque à liberdade de imprensa e ao livre exercício do jornalismo, independente do que o atacante defenda. A emissora entende que imprensa livre é essencial para a manutenção de qualquer democracia.
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