Complexo de Saúde São João de Deus e Jadapax foram condenados pelo TJMG após vítima de covid-19 de Divinópolis ser sepultada erradamente em Conceição do Pará; saiba o que dizem as partes
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou o Complexo de Saúde João de Deus e a funerária Jadapax a pagarem, juntos, uma indenização de R$ 80 mil à família de Júnia Máximo, moradora de Divinópolis que teve o corpo trocado e enterrado por engano em Conceição do Pará. A decisão foi publicada na quinta-feira (30) e ainda cabe recurso. Saiba abaixo o posicionamento das partes.
Júnia esteve internada no São João de Deus e morreu de covid-19 em junho de 2021. Na ocasião, outra paciente, que era de Conceição do Pará, também morreu de covid no hospital.
Na entrega dos corpos, a funerária acabou levando o corpo de Júnia para Conceição do Pará. O erro só foi percebido depios do sepultamento de Júnia na cidade vizinha.
Após a decisão judicial, tanto o hospital quanto a funerária se posicionaram por meio de notas à imprensa, nas quais afirmaram que não concordam com a sentença e que vão recorrer.
Posição do hospital
O Complexo de Saúde João de Deus afirma que sempre prezou pela excelência.
"E, acima de tudo, pelo bem-estar e acolhimento aos pacientes e seus familiares. E que segue rigorosamente a legislação e os protocolos aplicáveis às instituições de saúde".
Posição da funerária
Já a Japadex informou que entende a gravidade dos fatos e que sempre se solidarizou com os familiares.
"Mas não pode e nem vai concordar com a condenação imposta".
A funerária ressalta que, por determinação legal, a competência para manipular e identificar cadáveres no período pandêmico era exclusiva da unidade hospitalar e que à empresa só cabia o transporte do corpo.
Quem era
Júnia Máximo era ex-assessora parlamentar da Câmara de Divinópolis e também liderança participativa no segmento feminino da política. Segundo o Legislativo, Júnia trabalhou na legislatura passada, no gabinete do então vereador Renato Ferreira (PSDB). Ela era filiada ao PSDB e integrava o diretório municipal.
“Júnia Máximo teve importante papel na estruturação do movimento comunitário em Divinópolis participando ativamente da defesa dos moradores dos bairros, dentre eles, com destaque, na busca por melhorias e benefícios para o bairro Icaraí”, informou a Câmara.
Ela também ocupou a presidência da Federação das Associações de Moradores, Bairros e Conselhos Comunitários Regionais de Divinópolis (Fambaccord), do Conselho Municipal de Segurança e foi ex-servidora da Empresa Municipal de Obras Públicas e Serviços (Emop).
A Câmara destacou ainda que a marca registrada de Júnia era a alegria pelos corredores, cantarolando sempre que passava.